Santa Cruz pós-beaufort 12


No passado dia 22 de Dezembro, dois dias antes da ultima véspera de natal desta década, a Zona Oeste de Portugal foi severamente fustigada por ventos fortíssimos que diz-se, terão ultrapassado a fasquia dos 200 km/h. Serviu isto para descobrir que também para a intensidade do vento existe uma escala para enumerar/denominar cada nível de força. Chama-se Escala de Beaufort, e o seu último nível, o 12º, chama-se "Furacão", e segunda essa mesma escala provoca "destruição generalizada", e tem uma velocidade mínima de 118km/h, bem abaixo do registado por cá... Este foi o céu que encontrei dois dias depois, e faz parte de uma galeria onde se encontram alguns dos estragos registados por mim numa rápida volta a pé pelo centro da localidade.

Política Pop


Em duas ou três semanas, Obama teve uma acção suficientemente meritória para ganhar o Nobel da Paz. Que fez ele? A resposta é clara: nada. Não ordenou retiradas, mas também não ordenou ataques. Não ordenou nada, o que já é bem bom. Um estadista que não faça nada tem, hoje, um valor inestimável. A atribuição do prémio Nobel da Paz a Barack Obama é, evidentemente, absurda. É inconcebível que o recém-eleito presidente dos Estados Unidos tenha recebido o prémio Nobel. Especialmente, é inconcebível que o tenha recebido antes de vencer um Oscar, de ganhar a Bota de Ouro e de ser coroado Miss Portugal. Que se passa com a academia de Hollywood, a Liga de Futebol Profissional e o júri do popular concurso de beleza para não terem ainda premiado Barack Obama? Como é possível que Obama esteja há quase um ano na Casa Branca e tenha vencido apenas um prémio Nobel? E logo o da Paz, que não exige qualquer mérito da parte do premiado, nem sequer o mérito de promover a paz, conforme se constata pelo facto de Henry Kissinger ter recebido o galardão em 1973. Porque não o da Literatura, se as suas autobiografias (as 23) estão escritas num estilo tão elegante e enxuto? Porque não o da Economia, o da Química ou da Medicina? Pode perguntar-se: que fez ele para vencer o Nobel da Economia, da Química ou da Medicina?


E pode responder-se: o mesmo que fez para ganhar o da Paz. As candidaturas para o prémio Nobel da Paz são entregues em Fevereiro. Barack Obama tomou posse como presidente dos Estados Unidos no final de Janeiro. Em duas ou três semanas, Obama teve uma acção suficientemente meritória para ganhar o Nobel da Paz. Que fez ele? A resposta é clara: nada. Não ordenou retiradas, mas também não ordenou ataques. Não ordenou nada, o que já é bem bom. Um estadista que não faça nada tem, hoje, um valor inestimável. Há quem diga que o prémio foi atribuído a Obama como sinal de esperança no que o presidente americano poderá fazer no futuro. Sinceramente, não creio. Julgo que o comité norueguês atribuiu o prémio agora por uma questão de oportunidade: há que aproveitar enquanto é tempo. Normalmente, é uma questão de meses até o presidente dos Estados Unidos lançar o país numa guerra qualquer. É preciso premiá-lo enquanto não começa a rebentar com coisas no Médio Oriente. Por outro lado, é muito curioso que a atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama tenha desencadeado uma série de comentários extremamente beligerantes. Raras vezes terá havido tanta discórdia a propósito da Paz. É mais um mérito de Obama: recebe prémios, promove discussões, agita o mundo. E tudo sem se mexer. Minto: há uns meses comprou um cão. Mas imaginem o que acontecerá quando ele começar mesmo a fazer coisas.

Dar com Uma mão e Tirar com a Mesma


Em Torres Vedras, a utilização da bicicleta como meio de transporte tem sido nos últimos tempos algo incentivada através da criação de alguns estacionamentos (como o que está nesta imagem bem no centro da cidade), e a criação de ciclovias que no futuro inclusivamente irão atravessar a principal artéria da cidade. Mas é a própria câmara que através dos seus funcionários veda o acesso a esses mesmos estacionamentos (clique na imagem para perceber melhor). Valerá a pena assim? E de que vale criar ciclovias se a manutenção não existe? As ciclovias torrienses de momento não são mais do que pinturas no chão que perdem um pouco da sua tinta de cada vez que um carro lhes passa por cima. As boas iniciativas de nada valem se não houver intenção de lhes dar seguimento.